quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um monstro de três cabeças

(Imagem baseada no desenho de Junior, http://www.erojkit.blogspot.com/)




     Ao final de cada jogo profissional podemos ver as estatísticas da partida: gols, faltas, cartões, finalizações certas e erradas, assistências, passes certos e errados, roubadas de bola e posse de bola estão entre as principais. Quando analisamos a posse de bola das equipes, normalmente observamos algo em torno de 55% contra 45% ou 53% a 47%. Quando a posse de bola de uma equipe atinge 59% em um jogo é algo de abismal! Os comentários recorrentes são “Nossa, a equipe X ficou com a bola o tempo todo” ou “A equipe Y nem viu a cor da bola”. Eis que ao final do terceiro “superclássico” entre Real Madrid e Barcelona em pleno Santiago Bernabéu (estádio da equipe madrileña), a posse observada para o Barcelona foi de 73%!!! Isso mesmo 73% contra apenas 27% para os merengues, não à toa o resultado do jogo foi 2x0. E isso não é algo raro para o Barça, nos outros dois jogos contra o Real Madrid, a posse foi menor, mas também assustadora. No empate em 1x1 pelo campeonato espanhol o domínio dos catalães foi de 72%, até mesmo na derrota na final da Copa do Rei por 1x0 na semana passada, os comandados de “Pep” Guardiola tiveram a bola por 70% do tempo de jogo.

     O massacre não é privilégio dos merengues, nas últimas vitórias sobre Almería e Getafe, e até mesmo no recente empate em 1x1 sobre o Sevilla, a posse de bola do Barcelona chegou ao absurdo 75%, algo inimaginável a se pensar que o adversário também é uma equipe profissional (se fosse contra o “catadão futebol clube” ainda era aceitável) e muitas delas estão entre as melhores do mundo (como o Real Madrid).
     Muito disso se deve a um trio que não parece ser deste planeta: Xavi, Iniesta e Messi. Não que esteja desmerecendo aos outros craques da equipe catalã como Piqué, Dani Alves ou David Villa, mas o trio de “aliens” é imprescindível para as atuações mágicas do Barça. Sem um dos três ainda é possível dar espetáculos, como o que foi visto neste terceiro dos quatro jogos em que o meia Andrés Iniesta não atuou. Sem dois deles continua sendo uma equipe muito boa, mas sem os três a equipe vira uma equipe comum.
     Xavi é aquele típico trabalhador exemplar, não faz tantas coisas brilhantes (comparado aos outros dois é claro), mas não erra em nada, no jogo desta quarta-feira, Xavi fez 96 passes, 92 deles certos. Iniesta é mais cerebral, mas muito parecido com o primeiro. Ambos finalizam muito bem de fora da área, dão assistências precisas e sabem segurar o jogo como poucos na história do futebol. Juntos levaram a seleção espanhola (famosa por sempre decepcionar em copas) ao inédito título da Copa do Mundo da FIFA, com o gol decisivo sendo marcado pelo próprio Iniesta. Já o argentino Messi... esse é inexplicável!!! Só vendo mesmo para saber...

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